segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Simango, o Messias moçambicano?

Será Daviz Simango o Messias moçambicano? Não creio. Sou céptico em relação aos políticos. Seja qual for o apelido que ostentem: Machel, Chissano, Dlhakama ou Guebuza.
Recentemente visitei a capital política de Moçambique, Beira, em virtude das eleições autarquicas deste ano e Simango não caiu no meu goto. A cidade da Beira está abandonada. Voltou à imundície. Ou seja, Simango não consegue, parece-me, olhar para o resto do país e, ao mesmo, tempo cuidar do quintal. O lixo e o abandono a que a cidade foi votada é um sinal sintómatico disso. Embora o período de campanha desfarce esse abandono.
Recordei-me, então, de que num vale entre montanhas só nos apercebemos da realidade mais imediata. Disse, na Grécia antiga, o filósofo que “ignorar é conhecer”. Ou por outra, quanto mais se abre o angulo de visão mais dificuldades surgem. Ou seja, quando Simango estava num vale entre montanhas (cidade da Beira) não conhecia segredos. Agora que está no cume e aumentou o seu angulo de visão quase tudo para ele virou um mistério, até a Beira por sinal.

A Frelimo é que fez e depois?(continua)

“Tal como o povo, perante quem seja entendido no tempo e o preveja com um dia de antecedência, admite tacitamente que ele faz o tempo, assim também mesmo pessoas cultas e doutas, recorrendo a uma fé supersticiosa, atribuem aos grandes estadistas todas as alterações e conjunturas importantes que se deram durante o seu governo” Friedrich Nietzsche. Como se estas fossem a sua obra mais pessoal, quando é simplesmente visível que aqueles culminaram um processo que não começou neles. Mas é regra os políticos fazeram o seu cálculo em conformidade: portanto, construirem situações para serem tomados por fazedores do tempo…e essa crença (lambebotismo) não é o mais insignificante instrumento do seu poder?
A Frelimo é que se fez sim, mas devia fazer mais. Até porque, excepção feita a HCB e a ponte sobre o Zambeze, em 35 anos, podemos ter a certeza, de que ficou muito por fazer…

sábado, 26 de setembro de 2009

Case studies

Reúnam os peritos. Convoquem os especialistas do comportamento humano. Esses que encontram no subconsciente as razões últimas de gritos, aplausos ou insultos. É urgente celebrar uma cimeira que desfaça os enigmas. Estas eleições têm “case studies”. Em português, casos para estudo.
É certo e sabido que as campanhas concentram multidões. E que a multidão, no anonimato do número, na massa indiferenciada, se comporta em turbilhão. Pouco digno. Também não há dúvidas de que a decisão da CNE sublimou frustrações e ajustou contas. E há provas mais que suficientes para estar definitivamente assente que, se o mundo não é justo, a vida de cada um está longe de ser fácil. Ou agradável. Leopoldo e o MDM que o digam. Por isso, há quem não se vai resignar aos consolos das decisões do CC. E que já desistiu de procurar saída em utopias. Até porque obrigaria a empenho. A crença inabalável ou a militância devota.
E a resposta vai ser, com certeza, encontrar uma coisa mais útil para fazer no dia 28 de Outubro.